terça-feira, 29 de setembro de 2015

Um Brinde ao Sonho Esquecido

  Levantem seus copos senhoras e senhores! Levante-os, pois hoje vim aqui fazer um brinde. Um brinde a uma era que se foi e não voltará por um bom tempo.

  Todos nós já sonhamos em sermos astronautas, atores, estrelas do rock e por quê não até Presidentes da República. Mas agora lhes pergunto: Quantos conseguiram concretizar seus sonhos infantis? Quantos realizaram suas façanhas mais puras?

  Foi-se a época onde uma pessoa era incentivada a fazer o que sonhava, o que gostava, o que estava predestinada realmente a fazer. Hoje em dia fazemos apenas o que sabemos fazer. Perseguidos por uma falsa ilusão de que o sucesso está na vida que lhe trouxer mais lucros monetários, nos sucumbimos a atividades que nem sempre são as predestinadas para nós.



  Hoje eu levanto o copo para um brinde triste. O fim de mais um sonho. O sonho de uma estrela do rock, de um amigo que seguia firme com seu sonho. Do mesmo jeito que seguia com o meu. Talvez ele se encontre em outro desejo sereno que penumbra suas noites, mas talvez não...
  Todos tivemos sonhos esquecidos com o tempo, mas o que devemos fazer? Apenas lembrar-se deles...de vez em quando....

  Muitos dizem que o mundo está diferente...está menor! Eu discordo. Para mim o mundo continua o mesmo. Apenas se tem menos para acreditar nele. Logo, hoje levantarei meu copo e darei um gole amargo por mais um sonho que desce goela abaixo. Pelo menos nossas almas serão lavadas e veladas por essa crença de sucesso materialista.

  Hoje, o brinde é silencioso, seco, triste e ardido. A realidade arde. O que será feito a partir do momento que não se tem mais o sonho? Que te arrancam com unhas e dentes o sonho próprio e lhe fincam na face um sonho genérico, ou até mesmo outro sonho próprio, mas antigo e amargurado de outra pessoa que já esqueceu a sonhar.

  Após brindarem, senhoras e senhores, reflitam! Realmente desejam viver o sonho de outro?



                                                                                                   Para meu amigo, Gale.


André Bludeni