A vontade de comer comida japonesa bateu e nós fomos atrás de um restaurante diferente e foi quando conhecemos esse Izakaya.
Izakaya se traduz em “um lugar para beber saquê”, em outras palavras, um boteco japonês. Lá servem de saquês a shochu, uma espécie de cachaça japonesa. Além das bebidas, os pratos são servidos em pequenas porções e não há opções de sushis, nem sashimis e muito menos rodízio. Isso fica bem claro com o aviso “Não tem sushi, não tem combinado, não tem rodízio!” do lado de fora, afixado junto ao menu.
Os izakayas são muito comuns no Japão, mas levam um low-profile em comparação com os bares brasileiros. No Brasil, todos bebem na rua e ficam até altas horas. Já no Japão, é tudo mais discreto – os japoneses frequentam os izakayas que são em ambiente fechado até umas 23h, e depois voltam para as suas casas. São Paulo é uma das maiores cidades japonesas fora do Japão, e por isso há grande oferta de izakayas pela metrópole.
Decidimos conhecer o Sanpo, por indicação de um amigo, localizado no bairro de Pinheiros na Rua Fradique Coutinho, 166.
Ao entrar, você não dá nada pro restaurante. Primeiramente sua entrada é super pequena e pouco chamativa, bem abaixo de um dentista de bairro, dificultando a localização dessa maravilha nipônica. O ambiente é estreito e comprido, sem muita decoração, algo típico dos izakayas de bairros japoneses. Se encontra alguns pôsteres da cultura pop japonesa e outros hollywoodianos traduzidos para o japonês, e só! Tem uma cozinha aberta que é simples mas simpática. Ou seja, não é um lugar para ver e ser visto mas com certeza merece uma visita. Vamos falar o por quê.
Rodízio japonês e ‘um sushizinho” viraram uma espécie de vírus em São Paulo, a tal ponto que muita gente ignora que a culinária japonesa tenha pratos quentes ( alguns até desconhecem esse fato achando que o sushi e sashimi são o "arroz e feijão" no Japão).
Começamos com o Udon (famoso ensopado de lamen)! A casa oferece vários tipos, mas optamos pelo Kitsune Udon que leva macarrão Udon (de massa branca), caldo à base de shoyu e peixe, aburaage (tofu frito por imersão, com textura esponjosa), nori (um dos vários tipos de algas marinhas) e cebolinha picada. Pedimos o onsen tamago para complementar o prato e o chef nos fez uma sugestão que fez toda a diferença! Ele disse para estourar a gema mais pro final do prato, depois de ter comido o macarrão para assim formar um caldo mais grosso extremamente saboroso. Amamos a dica!
Partimos para os pratos famosos da casa, começando pelo Shogoyaki que são tiras de carne suína puxadas em molho a base de shoyu e gengibre servidos com vegetais salteados (R$30). Esse estava de comer de joelhos! O molho, bem temperado e grosso, era uma coisa de outro mundo, a carne estava macia, muito saborosa e suculenta. Os vegetais deram o equilíbrio certo para o prato o deixando mais chamativo.
Fomos recomendados a pedir o Karaage que são pedaços de frango empanados e servidos em molho ponzo (R$28). Este prato é muito famoso no Japão, já que nossos amigos de olhos puxados são amantes de frango frito sendo uma das comidas mais consumidas no país. Vimos os cozinheiros fritando o prato na hora, então chegou a mesa super crocante por fora e macio e molhadinho por dentro. Por mais que é empanado, o prato não peso. A textura do frango veio no ponto certo e o molho o deixou saboroso na medida.
Por fim, tivemos que experimentar o verdadeiro PF japonês com um toque brasileiro: o Katsu Karê à cavalo (R$39) que leva molho curry no estilo japonês ( diferente do curry indiano que já é mais conehcido), bem encorpado e servido com arroz quentinho, tonkatsu (carne suína empanada) e um ovo frito para finalizar. O prato foi a melhor escolha no local, mas não é para todos! O molho de curry é mais grosso e apimentado, por isso o arroz é necessário para balancear o prato. O tonkatsu estava sequinho, bem empanado e muito gostoso! O ovo da o toque final brasileiro para estourar a gema e dar a balanceada perfeita. Com certeza comeria esse prato todos os dias, caso morasse no Japão!
Uma experiência gastronômica pra lá de espetacular, com atendimento primoroso e pratos simplesmente deliciosos! Muito diferente do que se está acostumado a ver nas ruas paulistanas. Minha sugestão é tentar sentar com vista para cozinha, assim você consegue ver o que está sendo feito, além de bater um papo com os cozinheiros ( no meu caso foi um filho de coreanos, especializado na gastronomia francesa e amante da culinária japonesa) que são muito simpáticos e prestativos. Fomos em uma sexta-feira, após sairmos de um bar quase no horário de fecharem, então não estava tão cheio, o que foi perfeito. De acordo com o dono, o ideal é vir em dias de semana que o movimento é mais tranquilo e ter a melhor eperiência.
André Bludeni






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