quarta-feira, 6 de maio de 2015

Limbo: São Sem Nome

hoje o dia começou com café de padaria preto puro e amargo. com ele, fumei um cigarro no sol acolhedor dessa manha fria pura e amarga. em que eu metamorfoseava já no elevador, um homem alto de chinelo uma mulher loira de salto uma senhora velha de rugas um homem gordo de terno e eu cada qual aguardando seu andar sem falar sem se olhar os olhos miravam, respectivamente: as unhas o celular o colar o teto e eu olhava a todos esperando qualquer sinal social fala sorriso ou olhar mas nada cada um foi saindo nas paradas eu já batia os pés no chão o meu era o andar mais alto demoraria mais eu ansiava nesse silêncio tão cheio de gente e nada sobrou apenas eu que olhei no espelho e sorri para mim na falta de qualquer outra simpatia alheia nessa cidade fria ao menos tenho a mim




Bea Mansano

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