sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Charles Hebdo

  Foi nesta última quarta-feira ( 07/01/2015) que presenciamos mais um ataque terrorista que chocou o mundo todo. Desta vez foi em Paris que lágrimas e sangue foram derrubados.
  O ataque foi contra a sede da revista satírica Charles Hebdo que tinha o costume de fazer tirinhas e desenhos satirizando o Profeta Maomé. Em 2006 já havia ocorrido uma grande ameaça de um grupo terrorista islâmico contra a revista e desde então a policia começou a proteger a sede.






















 No dia 07 foram mortos doze pessoas e dez ficaram gravemente feridas. Dentro dos mortos existem figuras icônicas no mundo cartunistas que deixaram saudades e sua marca de maestria no mundo. São eles os cartunistas franceses CharbCabuTignous e Georges Wolinski.

  Georges Wolinski tinha 80 anos e começou sua carreira nos anos 1960, na revista satírica Hara-Kiri. Em meio aos revolucionários protestos estudantis de 1968, Wolinski cofundou a revista satírica L'Enragé, com Siné. Na década de 1970, ele colaborou com Georges Pichard para criar a controversa personagem Paulette, na revista Charlie Mensuel. No Twitter, o cartunista André Dahmer(Malvados), lamentou sua morte. "Wolinski influenciou todomundo que vocês conhecem: Ziraldo, Jaguar, Nani, Henfil, Fortuna... O cara era uma escola. Que dia tenebroso!", escreveu.


Morto aos 76 anos, Cabu (nome artístico de Jean Cabut) também começou a carreira nos anos 1960 e foi um dos fundadores da Hara-Kiri. Nos anos 1970 e 1980, ficou famoso ao desenhar para o programa infantil Récré A2. Sua criação mais popular é Mon Beauf, uma sátira do esterótipo machista e racista do francês que, de tão popular, acabou virando um adjetivo para todos os homens com esse tipo de comportamento na França.

Charb (nome artístico de Stéphane Charbonnier) tinha 47 anos e era o diretor do Charlie Hebdo. Sua carreira foi marcada por tiras com críticas ao governo, como Maurice et Patapon, que tinha um cachorro e um gato anti-capitalistas. Charb também era ligado ao Partido Comunista Francês. Em 2013, após a publicação da charge de Maomé, ele foi colocado na lista de mais procurados da organização terrorista Al-Qaeda. No Brasil, Charb teve charges suas publicadas no livro Marx, Manual de Instruções, da editora Boitempo, em 2013.

Morto aos 58 anos, Tignous (nome artístico de Bernard Velhac), começou a publicar em 1991 e, além da Charlie Hebdo, também desenhou para as revistas Marianne e Fluide glacial.

  O que mais me espanta, no final, não é exatamente o ataque terrorista em si. Obviamente isso foi uma catástrofe e os autores de um ataque tão violento devem ser punidos da forma mais cabível, mas fanáticos religiosos existem em todas as crenças e não devemos esquecer isso.
  Minha indignação vai a repercussão e explicação que algumas pessoas dão ao caso. Cansei de ler e ouvir que "Isso tudo é culpa desses mulçumanos" ou "não temos que tentar negociar com os Islâmicos, eles são todos terroristas.". Esta generalização chega a ser de uma forma tão imbecil que deixo de acreditar que seja apenas ingenuidade da pessoa que disse talf rase e se torna mal-caratismo.
  Os mulçumanos reputiam ataques terroristas e concordam que quem os comete deve ser punido. Não são todos  que seguem a cultura islâmica pessoas que matam por Maomé. Pelo contrário, pois estamos falando de uma rleigião que cultua a paz e igualdade. Aliás, temos que admitir que a base de todas as religiões é a mesma. Tanto a base quanto o objetivo, apenas o caminho até esses dois pontos que tem uma leve mudança.
  Façamos uma comparação esdrúxula:  Quando ocorre crimes entre torcedores de times de futebol, conseguimos diferenciar que aquilo não foi em nome do clube, que ninguém que torça para o time aprove e que também isso não influenciará na rotina de vitórias ou perdas do time, correto? Por quê não conseguimos fazer essa diferença também com religião? Por quê a partir do momento que você decide seguir uma crença a atitude de outros, "em nome" dela, também te generalizam?
  O que presenciamos em Paris esta semana não foi um ataque em nome de uma religião, mas sim um ataque em nome de um fanatismo exagerado e animalesco.
  Meu coração está de luto com os mortos do Charles Hebdo, mas também levanto a cabeça em defesa a Religião Islâmica que continua sendo crítica de preconceitos por uma generalização absurda.


















André Bludeni

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