Foi nesta última quarta-feira ( 07/01/2015) que presenciamos mais um ataque terrorista que chocou o mundo todo. Desta vez foi em Paris que lágrimas e sangue foram derrubados.
O ataque foi contra a sede da revista satírica Charles Hebdo que tinha o costume de fazer tirinhas e desenhos satirizando o Profeta Maomé. Em 2006 já havia ocorrido uma grande ameaça de um grupo terrorista islâmico contra a revista e desde então a policia começou a proteger a sede.
No dia 07 foram mortos doze pessoas e dez ficaram gravemente feridas. Dentro dos mortos existem figuras icônicas no mundo cartunistas que deixaram saudades e sua marca de maestria no mundo. São eles os cartunistas franceses Charb, Cabu, Tignous e Georges Wolinski.
Georges Wolinski tinha 80 anos e começou sua carreira nos anos 1960, na revista satírica Hara-Kiri. Em meio aos revolucionários protestos estudantis de 1968, Wolinski cofundou a revista satírica L'Enragé, com Siné. Na década de 1970, ele colaborou com Georges Pichard para criar a controversa personagem Paulette, na revista Charlie Mensuel. No Twitter, o cartunista André Dahmer(Malvados), lamentou sua morte. "Wolinski influenciou todomundo que vocês conhecem: Ziraldo, Jaguar, Nani, Henfil, Fortuna... O cara era uma escola. Que dia tenebroso!", escreveu.
Charb (nome artístico de Stéphane Charbonnier) tinha 47 anos e era o diretor do Charlie Hebdo. Sua carreira foi marcada por tiras com críticas ao governo, como Maurice et Patapon, que tinha um cachorro e um gato anti-capitalistas. Charb também era ligado ao Partido Comunista Francês. Em 2013, após a publicação da charge de Maomé, ele foi colocado na lista de mais procurados da organização terrorista Al-Qaeda. No Brasil, Charb teve charges suas publicadas no livro Marx, Manual de Instruções, da editora Boitempo, em 2013.
Morto aos 58 anos, Tignous (nome artístico de Bernard Velhac), começou a publicar em 1991 e, além da Charlie Hebdo, também desenhou para as revistas Marianne e Fluide glacial.
O que mais me espanta, no final, não é exatamente o ataque terrorista em si. Obviamente isso foi uma catástrofe e os autores de um ataque tão violento devem ser punidos da forma mais cabível, mas fanáticos religiosos existem em todas as crenças e não devemos esquecer isso.
Minha indignação vai a repercussão e explicação que algumas pessoas dão ao caso. Cansei de ler e ouvir que "Isso tudo é culpa desses mulçumanos" ou "não temos que tentar negociar com os Islâmicos, eles são todos terroristas.". Esta generalização chega a ser de uma forma tão imbecil que deixo de acreditar que seja apenas ingenuidade da pessoa que disse talf rase e se torna mal-caratismo.
Os mulçumanos reputiam ataques terroristas e concordam que quem os comete deve ser punido. Não são todos que seguem a cultura islâmica pessoas que matam por Maomé. Pelo contrário, pois estamos falando de uma rleigião que cultua a paz e igualdade. Aliás, temos que admitir que a base de todas as religiões é a mesma. Tanto a base quanto o objetivo, apenas o caminho até esses dois pontos que tem uma leve mudança.
Façamos uma comparação esdrúxula: Quando ocorre crimes entre torcedores de times de futebol, conseguimos diferenciar que aquilo não foi em nome do clube, que ninguém que torça para o time aprove e que também isso não influenciará na rotina de vitórias ou perdas do time, correto? Por quê não conseguimos fazer essa diferença também com religião? Por quê a partir do momento que você decide seguir uma crença a atitude de outros, "em nome" dela, também te generalizam?
O que presenciamos em Paris esta semana não foi um ataque em nome de uma religião, mas sim um ataque em nome de um fanatismo exagerado e animalesco.
Meu coração está de luto com os mortos do Charles Hebdo, mas também levanto a cabeça em defesa a Religião Islâmica que continua sendo crítica de preconceitos por uma generalização absurda.

André Bludeni







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